domingo, 15 de novembro de 2009

Vale a pena conferir

Nesse fim de semana listamos algumas produções locais que além de marcarem o Cinema Baiano, ultrapassaram fronteiras e conquistaram admiradores em vários cantos do Brasil, algumas reconhecidas até em outros países.

Como temos muita coisa boa produzida, algumas não entraram nessa primeira seleção. Mas fiquem tranquilos. Logo, logo, vocês verão outros títulos aqui no Super 8 baiano. Como disse Glauber, “o cinema prolonga a vida, Estas imagens estarão eternas. Além da morte”.

  • A grande feira (1961) - Filmado na feira de Água de Meninos, o drama dirigido por Roberto Pires retrata, em 91 minutos, o cotidiano de pessoas comuns em Salvador. O ator Geraldo Del Rey também participa desta produção, assim como Antônio Pitanga, Helena Ignez, Luisa Maranhão e Milton Gaúcho. 


  •  Deus e o diabo na terra do Sol (1964) - Dirigido por Glauber Rocha, o filme traz no elenco atores como Yoná Magalhães, na pele da sofrida Rosa e Geraldo Del Rey (já falecido) como o sertanejo Manuel. A produção foi indicada à Palma de Ouro no Festival de Cannes no mesmo ano de sua estreia.


  • Meteorango Kid, o herói intergalático (1969)- O país vivia o período da Ditadura Militar quando o filme foi lançado. O longa, escrito e dirigido por André Luiz de Oliveira, narra as aventuras do jovem estudante Lula no dia do seu aniversário. A película de 85 minutos é uma das representantes do movimento underground baiano. Confira um trecho:




  • Superoutro (1989) - Produzido em Super-8, o filme dirigido por Edgard Navarro conquistou no ano de seu lançamento os prêmios de melhor média-metragem e melhor direção do Festival de Cinema de Gramado. Recebeu também, no mesmo evento, o prêmio especial do júri.


  • Doido Lelé (2009) - Ambientado na década de 50, o curta-metragem escrito e dirigido pela jornalista e cineasta Ceci Alves, narra em 15 minutos, a história do menino Caetano que sonha em ser um cantor de rádio. A produção foi indicada em sete categorias, entre elas a de melhor filme, no 4º Festival do Paraná de Cinema Brasileiro Latino, recebendo elogios da atriz Fernanda Montenegro e do diretor Silvio Tendler.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Território de cinema

Nos anos 1950 e 1960, havia em torno de 30 cinemas espalhados pelas ruas de Salvador. Os ingressos a preços variados, permitiam que toda a população, das classes mais altas ao público com menor renda, pudesse frequentar as sessões e assistir ao espetáculos. O Cine-teatro Jandaia, na Baixa dos Sapateiros, conhecido como Castelo de Maravilhas, foi palco para artistas reconhecidos no mundo todo, como Carmem Miranda e Procópio Ferreira. Além de apresentações musicais e teatrais, lá eram exibidos desenhos animados e filmes de faroeste. Há poucos metros, o público tinha acesso ao Cine Tupi, onde longas filas se formavam para as exibições dos filmes dos Trapalhões. Outros cinemas tradicionais foram o Tamoio e o Astor.

Esses espaços já não têm mais o mesmo glamour de antigamente. Confira no mapa onde os prédios que abrigavam esses cinemas estão localizados e saiba o que funciona nos locais atualmente:



Visualizar Cinemas de bairro em Salvador em um mapa maior

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Dica Super 8


Para saber o que acontece no cenário do cinema baiano, visitem o site da Diretoria do Audiovisual - Dimas. A página oferece dicas de mostras, festivais e cursos, além de trazer a programação mensal dos filmes exibidos gratuitamente na sala Walter da Silveira.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Produções de todo o mundo são exibidas em Salvador

Começou, no dia 8 de outubro, o 6º Festival Internacional Cinema de Salvador. Até 22 de outubro, o público poderá participar de mostras de filmes, oficinas, mesas-redondas e sessões especiais que acontecem nas salas do Circuito Saladearte.

Em todas as edições do Festival, o panorama da produção cinematográfica mundial é apresentado aos espectadores baianos. Este ano, cerca de 70 filmes, produzidos em mais de 15 países, estão na lista de exibição. O evento é promovido pelo Grupo Saladearte, com patrocínio da Vivo e do Governo da Bahia, através do Fazcultura.

Atualmente, o Festival é um dos principais eventos de cinema realizados na Bahia. Através dele, o público tem acesso a produções antigas e inéditas feitas por cineastas de todos os cantos do mundo. Além disso,o Festival promove o encontro de profissionais do audiovisual de fora e daqui da Bahia. Uma ótima oportunidade de estar ligado ao que acontece no cenário da Sétima Arte mundial e local.

Os ingressos custam R$ 14 [inteira] e R$ 7 [meia].

Confira a programação completa.

domingo, 11 de outubro de 2009

Corram! O prazo está acabando



Até o dia 15 de outubro, os cineastas de plantão poderão mandar suas produções para o Festival de Cinema e Urbanidade - Cidade Filmada. O evento, que acontecerá  nos dias 26, 27 e 28 de novembro, pretende integrar as características audiovisuais, típicas do cinema, às questões relacionadas à urbanidade. Os vídeos concorrentes deverão ter no máximo 16 minutos de duração.

Além da mostra dos curtas competidores, o festival contará com mesas-redondas e oficinas prévias de microcinema, grafite e locação.

O Cidade Filmada, foi elaborado pelos estudantes do 3º semestre de Produção em Comunicação e Cultura da Universidade Federal da Bahia (Ufba).

Mais informações aqui.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Estímulo à cultura é tema de projeto da Câmara



Nos dias 13 e 14 de outubro, a Câmara dos Deputados vai votar o projeto do Vale-Cultura (PL 5798/09). A proposta visa estimular o consumo de produtos culturais, através do Programa de Cultura do Trabalhador. Através da iniciativa, os trabalhadores receberão um vale de R$ 50 que deverão ser gastos em livros, sessões de cinema, apresentações teatrais e musicais, entre outros programas de cunho artístico.

A ação, se aprovada, será uma maneira eficiente de estimular a procura por formas de expressão artística entre trabalhadores com rendimento mensal de até cinco salários mínimos. Além disso, o projeto deve injetar mais de R$ 7 bilhões por ano no mercado de bens de cultura. Espera-se então que essa medida, ao ser posta em prática, não se configure apenas como uma ação paliativa. Agora é torcer pra que mais projetos de cunho artístico-social sejam votados e executados.

sábado, 3 de outubro de 2009

Era uma vez um bairro... e um cinema!

Por Ciranda Campos e Laís Santos




A partir do século XIX, a região da Baixa de Sapateiros ficou marcada pelo seu comércio, principalmente o da venda de couro, atraindo assim muitos sapateiros de outras regiões para o local. Daí a origem do nome do bairro.

Nas primeiras décadas do século XIX, além do comércio, a Baixa dos Sapateiros ganha visibilidade pela inauguração do primeiro cinema da cidade, o Cine-teatro Jandaia. Cinco anos depois, em 1915, é construído na mesma região outro cinema, o Olympia, marcado pela suas matinês que seduziam, assim como no Jandaia, a elite das classes média e alta da cidade de Salvador.

Castelo de Maravilhas

Em 1950, o cinema torna-se a principal opção de lazer na capital, para não dizer, uma das únicas que atraía todas as classes e faixas etárias. Como aponta a professora Maria do Socorro Carvalho, na obra Imagens de um tempo em movimento: cinema e cultura na Bahia nos anos JK (1956-1961), “Era o único divertimento realmente popular naquela cidade onde pouco ou quase nada se tinha para fazer”.

Para o escritor Geraldo Costa Leal, autor do livro Pergunte ao seu avô, obra que resgata a história dos principais cinemas de Salvador, o Cine-teatro Jandaia foi o cinema mais completo existente na capital. Localizado na Rua do Alvo, na Baixa dos Sapateiros, região antes badalada pela elite soteropolitana, o empreendimento foi inaugurado em 9 de março de 1911, pelo comerciante sergipano João Oliveira.

No início, o Cinema Jandaia não passava de um simples galpão no qual eram projetadas imagens de pouca qualidade para um público mais humilde. Esta realidade permaneceu até o fim da década de 20, quando Seu João, após uma longa viagem para a Europa, decide reformar o cinema, deixando-o mais amplo e mais bonito. O antigo Cinema Jandaia passa a então ser chamado de Cine-teatro Jandaia, considerado a partir da década de 30, o espaço de lazer mais moderno e sofisticado da América do Sul.

Apelidado de “Castelo de Maravilhas” em virtude da sua magnitude, o Cine-teatro Jandaia, um dos primeiros arranha-céus de Salvador, comportava de uma só vez, 2.200 espectadores em uma área de 1.200 metros quadrados, oito vezes maior que as salas de exibição dos cinemas atuais . Artistas de prestígio internacional, como Carmem Miranda e Procópio Ferreira, se apresentaram no local em seus tempos de glória.


Palácio em ruínas

A partir da década de 60, com a expansão dos empreendimentos multinacionais de cinema na capital, aliada à falta de manutenção e ao aumento da marginalidade na Baixa dos Sapateiros, o “Castelo de Maravilhas” começa a decair. O cinema tenta sobreviver, sem êxito, com a exibição de filmes populares.

Em 1975, é construído o primeiro shopping de Salvador, o Iguatemi. Nesse mesmo período a cidade passava por transformações socioculturais, entre elas a migração do comércio de bairro para os grandes centros comerciais.

Ainda nos anos 70, Ivone Oliveira, filha de Seu João e herdeira do espaço, resolve pôr o Jandaia à venda. Fechado há mais de 15 anos, sua recuperação é parte do projeto de revitalização da Baixa dos Sapateiros, traçado em 1994.

Há três anos, a Associação Cultural Viva Salvador, fundada e presidida pelo marchand francês, Dimitri Ganzelevitch, entrou com um pedido de tombamento do espaço no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), mas ainda não obtiveram resposta.