terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Lançamento: Do Canzuá à Sereia




Alto da Sereia
Foto: Tom Correia

Será lançado na próxima sexta-feira, 18, Do Canzuá à Sereia – o futebol no Alto do morro,  documentário que retrata a comunidade do Alto da Sereia e sua relação com o esporte bretão. O filme, com duração de 25 minutos, tem roteiro e direção de Gabriel Guimarães e Tom Correia, alunos de Jornalismo da Faculdade Social, e teve orientação da professora Jussara Maia.

Do Canzuá à Sereia apresenta depoimentos da “velha guarda” do morro, de representantes da Associação de Moradores e de pessoas que atuam na comunidade com ações educativas e esportivas. Além disso, jogadores do time local, o União Esporte Clube Alto da Sereia, revelam que têm consciência da importância do esporte para ajudar a manter os jovens do local longe do envolvimento com as drogas. Na opinião de Paulo Rodrigues, diretor do União, o vídeo representa para a comunidade “uma vivência de profundos sentimentos de diálogo, de integração, de esperança e de otimismo”.

A exibição está prevista para sessões às 19h30, 20h10 e 20h40 no Alto da Sereia, localizada entre os bairros de Ondina e Rio Vermelho. A mostra é aberta ao público.


O que: Mostra do documentário “Do Canzuá à Sereia – o futebol no Alto do morro”
Quando: 18 de dezembro, sexta-feira, 19h
Onde: Alto da Sereia (entrada pela escadaria principal, acesso pela Avenida Oceânica)
Entrada: Franca

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

20 anos de Superoutro. Venha ver.



Em comemoração às duas décadas de lançamento do filme Superoutro, de Edgard Navarro - cineasta que já passou aqui pelo Super 8 baiano - o Espaço Unibanco de Cinema estará promovendo a exibição da película nesta quarta-feira, 16, às 21h. E pra ficar ainda melhor, a entrada é franca!

Os convites podem ser retirados na própria bilheteria do Espaço Unibanco a partir das 20h. Mas cheguem cedo porque a sessão é para apenas 200 felizardos.

Então, nos vemos por lá !

O que: Exibição do filme Superoutro, de Edgard Navarro
Local: Espaço Unibanco de Cinema - Glauber Rocha
Horário : 21h
Entrada: Franca

Confira o trailler:

domingo, 13 de dezembro de 2009

Curta baiano participa de mostra competitiva em Brasília


Após extrapolar as fronteiras da Bahia e conquistar diversos prêmios, entre eles o de Melhor Edição/Montagem no 1º Cine Grandes Curtas, do Festival Nacional de Cinema da Cidade de Pelotas (RS), Melhor Filme do Festival Latino-Americano de Buenos Aires e o prêmio  Puntano de Oro de Melhor Filme no  Festival San Luis Cine, também na Argentina, o curta-metragem baiano Pornographico participa com mais 19 filmes da mostra competitiva do Iº Festival Cine Cultura Viva, que acontecerá em Brasília, entre os dias 16 e 21 de dezembro. Eita que é Festival que não acaba mais.

A história de um velho projecionista de um cinê pornô que redescobre o sentido de sua própria vida quando proporciona o contato de uma jovem prostituta com o mundo mágico do cinema, foi exibida em Salvador no V Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual, em agosto deste ano.  

Num intervalo da produção de Noches Desveladas, primeiro longa-metragem de ficção da dupla Haroldo Borges e Paula Gomes, os co-produtores e diretores de Pornographico conversaram com o Super 8 baiano sobre o premiado curta, os novos projetos e a tragetória deles no universo do cinema.


SUPER 8 BAIANO- Qual foi a primeira produção de cada um de vocês?

PAULA GOMES: Nossos primeiros trabalhos foram os curtas Noite de Marionetes e Piruetas, ambos contemplados em editais do Ministério da Cultura. Eles foram filmados juntos e tiveram uma trajetória interessante em mostras e festivais. Noite de Marionetes estreou no Festival de Brasília. Piruetas foi exibido na TVE em rede nacional e agora integra o Programa Petrobrás às Seis. Mas acho que o ponto mais importante desses curtas é que eles nos ensinaram a “inventar” o nosso cinema, o nosso modus operandi.

HAROLDO BORGES: A gente brinca que a pré-produção de Noite de Marionetes e Piruetas foi uma pré para a vida inteira. Foi a partir daí que formamos um grupo e fundamos uma produtora, a Plano 3 Filmes.

S8 - Como surgiu a ideia do roteiro de Pornographico?

HB: Pornographico é uma história de amor que acontece em um cenário pouco convencional, pouco romântico: uma sala de cinema pornô. A ideia do roteiro surgiu do desafio de criar poesia trabalhando com o universo da pornografia.

S8 Quais foram as principais dificuldades enfrentadas na produção do curta?


PG: Com um orçamento mínimo, o desenho de produção vira um desafio ainda maior. Mas isso é maravilhoso. Porque além de ficar mais criativo, a gente aprende a respeitar a rede de delicadas relações humanas que envolvem o processo do filme. Além do mais, se andamos tirando leite de pedra, tenho certeza que isso nos faz mais preparados para maximizar e administrar orçamentos maiores.

S8 - Quais são as referências de vocês no cinema?

HB: As referências vêm e vão, mudam junto com a gente. Tivemos nossa fase Tarkovsky, Kiarostami. Agora, estamos muito apaixonados pela obra de Christopher Doyle.

S8No total, quantos e quais foram os prêmios que o curta já conquistou?   

PG: Pornographico conquistou 12 prêmios, incluindo o de Melhor Filme do Festival Latino-americano de Buenos Aires e do Festival San Luis Cine, ambos na Argentina. Foi premiado nas áreas de direção, fotografia, roteiro e montagem. Ganhou também o Prêmio do Público no Panorama Internacional Coisa de Cinema. O filme segue sua carreira nos festivais e estará participando, de 16 a 21 de dezembro, do I Festival Cine Cultura Viva, em Brasília.


S8 - Quais eram as expectativas com relação ao lançamento do filme?  Vocês ficaram surpresos com a recepção do trabalho?

HB: A trajetória de Pornographico foi uma grande surpresa. Em Buenos Aires o filme teve muito êxito, chamando a atenção de técnicos e de importantes instituições, como a Panasonic e o Sindicato da Indústria Cinematográfica Argentina. Com eles fechamos importantes parcerias que viabilizaram a produção do nosso primeiro longa-metragem de ficção, Noches Desveladas, que tem previsão de lançamento para o segundo semestre de 2010.

S8 - Atualmente, em quais projetos vocês estão trabalhando?


PG: Nesse momento estamos trabalhando com três projetos em etapas distintas: o documentário Profissão: Palhaço, em fase de distribuição, Noches Desveladas, em finalização, e nosso novo longa-metragem, Actrices, que está em pré-produção na Argentina. Estaremos filmando no próximo mês de janeiro.



     
Créditos: As três primeiras imagens são registros de Pornographico feitos por Antonio Paim. A quarta imagem é uma cena do longa Noches Desveladas, fotografada por Violeta Coronado.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

“Primeiro filme de terror baiano” tem estreia prevista para 2010

Comédia, Suspense, Homoerotismo, Terror! Estes foram alguns dos elementos utilizados pelo cineasta baiano Cláudio Factum para produzir Psicometria, seu mais novo trabalho, com lançamento previsto para janeiro. O filme, que tem pouco mais de 50 minutos, mostra a noite de dois homens em uma casa assombrada por um espírito juvenil. Factum relata ao Super 8 baiano que a ideia do projeto era fazer algo mais pessoal com maior liberdade de direção.

Com um orçamento inferior a mil reais, Psicometria teve apoio de pequenas empresas, como uma padaria e uma madeireira. Também contou com a parceria de duas produtoras e uma imobiliária. “Sempre questionei o fato de Salvador não produzir cinema de terror, e como pesquisei e descobri que não existe filme de terror de mais de meia hora feito aqui, achei que chegou a hora”, revela o cineasta.

Cláudio Factum, que também é produtor do média-metragem Lucas Terra, sobre o adolescente assassinado em 2001 por um pastor da igreja que frequentava, diz que seu cinema é caracterizado por filmes ousados e de baixo custo. Auto-intitulado como o primeiro filme de terror baiano, Psicometria fará parte do projeto Quartas Baianas e será exibido, a partir de janeiro, na sala Walter da Silveira, na Biblioteca Pública do Estado da Bahia, nos Barris.

Confira o trailler:

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Tempo Glauber reúne mais de 80 mil trabalhos do cineasta baiano



O baiano Glauber Rocha é uma das maiores referências do Cinema Novo. Seu trabalho influenciou vários profissionais do audiovisual local e de outros estados e países. Um dos que confessaram admirar o trabalho de Glauber foi o videoartista Daniel Lisboa, em entrevista para o Super 8 baiano.

Glauber nasceu em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, em 1939. Mudou-se para Salvador em 1947 e foi então que começou a rodar seus primeiros filmes. O trabalho número um foi O Pátio (1959), primeiro curta-metragem do estado. Foi escritor, ator, jornalista, estudante de Direito, desenhista, mas foi por seu trabalho como diretor que ele conquistou reconhecimento internacional.

Barravento (1962), Terra em Transe (1967), O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969) e A Idade da Terra (1980) são algumas de suas produções. Glauber morreu em 1981, mas o que muitos não sabem, é que todo o seu acervo pode ser visto pelo público no Tempo Glauber, que fica no Rio de Janeiro.

Fundado em 1983, o Tempo Glauber reúne, aproximadamente, 80 mil itens entre desenhos, fotos, documentos, roteiros, poesias, objetos pessoais, prêmios e produções de Glauber e de outros cineastas brasileiros. À frente do projeto, está a família do baiano. Eles contam com o apoio do Ministério da Cultura, do Fundo Nacional de Cultura e, a partir de 2010, o Governo do Estado do Rio de Janeiro também apoiará o espaço, que foi contemplado como ponto de cultura.

"Glauber é brasileiro!"

Apesar de Glauber ter nascido na Bahia, o maior espaço dedicado a sua memória fica fora do estado. João Rocha, sobrinho do cineasta e integrante da diretoria do Tempo Glauber, diz que foi o Rio de Janeiro que fez a proposta de abrigar o espaço e proporcionou sua fundação. “Glauber é brasileiro! Qualquer local do Brasil serviria para sediar a instituição. Enquanto estava em Salvador, o acervo ficava em guardado em malas”, explica João.

Mas, há planos de abrir uma filial em Salvador. Segundo João, o projeto já está em andamento e vai possuir cópias digitais do acervo e uma administração local.

Ouça alguns sons captados durante as filmagens de A Idade da Terra, última produção de Glauber:


O Super 8 na Bahia


Afinal, não poderíamos deixar de contar um pouco da história do equipamento que dá título ao blog


Primeira Super 8 usada por Navarro

Em 1965, a Kodak lançou o equipamento que ajudaria a revelar dezenas de cineastas na Bahia: a câmera em formato Super 8. O fácil manuseio e o custo baixo tornaram o Super 8 bastante popular, principalmente no uso doméstico. Festas de aniversário, viagens, almoços, as famílias registravam o cotidiano com o instrumento.

Os primeiros filmes baianos no formato Super 8 foram feitos em 1969 por Célio da Cunha Prata. O pioneiro foi o documentário Os 500 quilômetros da Bahia, em seguida, Prata rodou Papai Noel, um trabalho experimental. Mas foi entre os anos 1970 e 1980 que novos cineastas do estado puseram seus nomes entre os grandes realizadores daquele novo cinema sem muitas preocupações estéticas, mas repleto de lirismo e questionamentos sociais e políticos.


Edgar Navarro

Com dez filmes em Super 8 no currículo, o cineasta Edgar Navarro comprou seu primeiro equipamento em 1976, na Zona Franca de Manaus, para não pagar imposto sobre a mercadoria. No início, seus filmes foram experimentais, filmados com atores e cenários improvisados. Os personagens eram interpretados por seus colegas da Escola de Teatro da Ufba, por sua cadela de estimação e, às vezes, ele mesmo fazia uma ponta no filme como ator.

Sua primeira experiência profissional com Super 8 foi no filme Alice no país das mil novilhas (1976). “Alice é uma paródia sobre a perda da ingenuidade, uma produção muito criativa e divertida que provocou um efeito muito grande no meu espírito”, conta Navarro.

Moviola

Uma das curiosidades do Super 8 é que a bitola registrava apenas as imagens. Roque Araújo, Coordenador do setor de Cinema e Vídeo da Diretoria de Audiovisual da Bahia (Dimas) e também cineasta, explica que o áudio era captado por um gravador de origem suíça, chamado de Nagra. O som ficava armazenado numa fita de 1 milímetro de espessura e a sincronia com as imagens era feita numa mesa de montagem, a moviola, que alguns tinham em casa. Ficou confuso? Ouça a explicação de Roque Araújo:



Muitas produções realizadas com Super 8 estão arquivadas na Dimas, que fica na Biblioteca Pública do Estado da Bahia, nos Barris. Simone Lopes, Coordenadora do Núcleo de Memória da Dimas, explica que qualquer pessoa pode ter acesso aos arquivos que já foram transferidos para DVD. Quem tiver interesse pode assistir aos vídeos lá mesmo, na sala de exibição, ou tomar como empréstimo. As películas originais, por exigirem maior cuidado no manuseio, só podem ser vistas no local.

Conversão

Por ser um equipamento bastante simples e de uso caseiro, é possível que muitos ainda guardem os registros daquele domingo na praia ou do batizado do filho. A boa notícia para essas pessoas é que ainda há tempo de transformar esses filmes para DVD e ter acesso às lembranças. Segundo Roque Araújo, a única pessoa que faz a conversão do formato Super 8 para o DVD na Bahia é o cineasta Robinson Roberto. Para saber como entrar em contato com Robinson Roberto, ligue para 3316-8100 ou 3116-8111.