quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O Super 8 na Bahia


Afinal, não poderíamos deixar de contar um pouco da história do equipamento que dá título ao blog


Primeira Super 8 usada por Navarro

Em 1965, a Kodak lançou o equipamento que ajudaria a revelar dezenas de cineastas na Bahia: a câmera em formato Super 8. O fácil manuseio e o custo baixo tornaram o Super 8 bastante popular, principalmente no uso doméstico. Festas de aniversário, viagens, almoços, as famílias registravam o cotidiano com o instrumento.

Os primeiros filmes baianos no formato Super 8 foram feitos em 1969 por Célio da Cunha Prata. O pioneiro foi o documentário Os 500 quilômetros da Bahia, em seguida, Prata rodou Papai Noel, um trabalho experimental. Mas foi entre os anos 1970 e 1980 que novos cineastas do estado puseram seus nomes entre os grandes realizadores daquele novo cinema sem muitas preocupações estéticas, mas repleto de lirismo e questionamentos sociais e políticos.


Edgar Navarro

Com dez filmes em Super 8 no currículo, o cineasta Edgar Navarro comprou seu primeiro equipamento em 1976, na Zona Franca de Manaus, para não pagar imposto sobre a mercadoria. No início, seus filmes foram experimentais, filmados com atores e cenários improvisados. Os personagens eram interpretados por seus colegas da Escola de Teatro da Ufba, por sua cadela de estimação e, às vezes, ele mesmo fazia uma ponta no filme como ator.

Sua primeira experiência profissional com Super 8 foi no filme Alice no país das mil novilhas (1976). “Alice é uma paródia sobre a perda da ingenuidade, uma produção muito criativa e divertida que provocou um efeito muito grande no meu espírito”, conta Navarro.

Moviola

Uma das curiosidades do Super 8 é que a bitola registrava apenas as imagens. Roque Araújo, Coordenador do setor de Cinema e Vídeo da Diretoria de Audiovisual da Bahia (Dimas) e também cineasta, explica que o áudio era captado por um gravador de origem suíça, chamado de Nagra. O som ficava armazenado numa fita de 1 milímetro de espessura e a sincronia com as imagens era feita numa mesa de montagem, a moviola, que alguns tinham em casa. Ficou confuso? Ouça a explicação de Roque Araújo:



Muitas produções realizadas com Super 8 estão arquivadas na Dimas, que fica na Biblioteca Pública do Estado da Bahia, nos Barris. Simone Lopes, Coordenadora do Núcleo de Memória da Dimas, explica que qualquer pessoa pode ter acesso aos arquivos que já foram transferidos para DVD. Quem tiver interesse pode assistir aos vídeos lá mesmo, na sala de exibição, ou tomar como empréstimo. As películas originais, por exigirem maior cuidado no manuseio, só podem ser vistas no local.

Conversão

Por ser um equipamento bastante simples e de uso caseiro, é possível que muitos ainda guardem os registros daquele domingo na praia ou do batizado do filho. A boa notícia para essas pessoas é que ainda há tempo de transformar esses filmes para DVD e ter acesso às lembranças. Segundo Roque Araújo, a única pessoa que faz a conversão do formato Super 8 para o DVD na Bahia é o cineasta Robinson Roberto. Para saber como entrar em contato com Robinson Roberto, ligue para 3316-8100 ou 3116-8111.

Um comentário:

  1. Olá, boa tarde.
    Gostaria de converter filmes gravados em Super 8 para DVD. O cineasta indicado ainda realiza este trabalho? Não consigo localizá-lo. Haverá algum email para contato, ou telefones mais recentes? Há alguma outra indicação de pessoa ou empresa confiável que realize este tipo de conversão?
    Agradeço a atenção e aguardo resposta.

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